Espera

Minha boca inerte

cala a palavra pura

que um dia quis dizer e não disse.

Afinal que desejo é este

que me toma o instinto,

que me turva a vista,

como a névoa que encobre os campos

numa tarde de chuva nua

e eu,

ainda vagando na rua

esperando te encontrar

Me atirando sem piedade

num estado de torpor,

para então poder compor

a suave melodia

que um dia te brindaria,

sem ao menos que eu soubesse,

sem que ao menos escutasses

o lamento dos meus ais

E assim vinda do nada

coberta com as luzes da estrada

virias tranqüila e passiva

tomar de assalto minha meu sonho

com seu ímpeto de vida

me deixando sem saída

e sem por onde poder escapar

me fazendo imaginar

quanto amor me esperaria

nos limites do teu corpo

num suspiro quase morto

de desejo e de pesar

Mas não me sinto traída

aprendi como aguardar

pelo que talvez não venha

e eu nem sei se vale a pena

mas que compensa o sonhar

TCarolina
Enviado por TCarolina em 21/11/2005
Código do texto: T74205