A SENHORA INGRATA

 

Sempre fico tenso

Quando não posso

Falar o que penso

Fazer o que gosto.

 

O verso que esboço

Ficou sem uma rima

Ainda assim aposto

Na minha obra-prima.

 

Se no mundo encosto

É porque me canso

Pois à beira do fosso

Toda noite eu danço.

 

Eu faço meu esforço

E não tenho preguiça

Mas se trinca o osso

Meu corpo enguiça.

 

E de perto eu vejo

A senhora ingrata

Com foice e o beijo

No abraço que mata.

Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 02/01/2022
Código do texto: T7420130
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