PERDI O RISO.
Hoje perdi o riso,
a poesia escondeu de mim.
Oh, não faça isso!
Não tranque no escuro
da minha imaginação.
Não tire os pés desta seara!
Faça nascer em mim
a gota de orvalho que a folha
espera.
Lá fora os olhos do mundo
te quer.
Quebre as algemas do meu peito,
volite sobre a soberba tarde.
Somos misturas,
mãos , pernas, braços,
olhos e metáforas,
o que há de mais puro num abraço.
Tome o mundo,
com seu lenço e lágrimas,
há em nós
a essência de rir e chorar.
Somos o pássaro que canta
para enganar o estômago
e vencer o dia frio.
Somos uma trilha
que espera pés e olhares.
No entanto somos úteis
para corrigir a tristeza da vida.