TRISTEZA FUGIDIA
TRISTEZA FUGITIVA
A fuga fracassada da ficção,
Causa experiências,
Nas tintas e nas telas,
Do que é de fato ser humano.
As projeções e os sonhos do outro,
Pesam, quando desmerecem,
O curvar nomeado,
Da tátil delicadeza,
Que, proporcional ao que se torna,
Impera ritmada e carnal,
Ante o talvez das coisas.
O querer, na silhueta da velocidade,
Íntimo da potência,
Desola junções,
No desagradável intervalo,
Arejado pela prudência.
As cinzas habitam,
Na exibição de uma euforia praticante.
As viagens florescem,
Diante das vindas cadavéricas,
Em que período e lugar,
Aguardam o já despido.
A fala atravessa o tempo,
Sem qualquer recurso,
Quando as trevas cegas do mistério,
Encontram no fim o consolo.
As folhas saudáveis da exatidão,
Cabem apenas no raciocínio.
O apego toca a pressa,
E diz do início sorridente,
DO depois grosseiro,
Que chega com a nobreza.
O fingimento, pesaroso,
Distancia-se dos buracos quentes,
Como uma tentativa artificial,
Que há de equilibrar expectativas.
O acaso exorta,
Os modos do significado,
Para se despojar,
Das texturas da confissão.
A temperatura das horas,
Estreita e colorida,
Sem perguntas,
Mas com alicerces,
Concorda com a ternura,
De um enfrentamento novo,
Junto aos mitos.
Elevado, o olhar ao espelho,
Reconhece o enterro,
Na observação durável,
Dos exames frutificados,
E encerrados na respiração.
As pedras se libertam,
No flutuante nascimento das sementes.
As danças do abismo,
Antigas ou tristes,
Nunca reconhecem a alegria.
Sofia Meireles.