Amora...

Quão doce o suco,

Paladar das suas pérolas,

No manjar do pomar,

Onde vós quereis saborear,

Tenho nas entranhas a fonte do pecado,

A tentação do âmago,

A imensidão que faz perder o sentido,

Tenho todos os delírios contidos,

Numa só flor, numa só fruta,

Tenho todos os segredos,

A tropicalidade de todas as estações,

Sou fria, sou quente, sou vulcão,

Tenho dor, tenho amor,

Sou ternura, sou loucura,

Sou pureza em exclamação,

Porto dos teus anseios,

A seiva que alimenta a tua fome,

Em mim bebes da fontes dos meus seios,

Sou todos os fins que buscas

Para justificares os meios,

E é entre eles, que te perdes,

Onde em vários lábios matas a sede,

Sou dogma que buscas compreender,

Meio anjo, meio demônio,

Sou menina, mulher,

Alma que se despe ao silêncio,

O cio que congela a solidão,

Sou a proporcionalidade,

Sou liberdade, sou razão,

Quando divides comigo emoções,

Quando multiplicamos equações,

Na química dos nossos elementos,

Entre acertos e movimentos,

Sou o mar que te leva e te traz,

Sou o templo, por onde buscas a paz,

Sou o cais, quando ancoras em mim,

Atingindo o sagrado, enfim

Sou a metade que te preenche,

O pedaço de mel,

Na fricção de pele(s),

Sou o amor que rege nos teus gemidos,

Sou o êxtase que eleva-te os sentidos,

Quando te conectas com o meu ventre,

E sentes, a copula das almas,

No mesmo ciclo, envolventes chamas

Contracções e arrepios,

Loucuras e explosões,

Ápice em nós, orgasmos (...)

(M&M

Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko
Enviado por Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko em 29/12/2021
Código do texto: T7417595
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