Ciclos
Circula em mim
Outros céus, outras flores, outros eus.
Eu não paro, reparo em teus silêncios
Me aturo, me adubo, me refaço depois do ontem.
Não circula em mim
Remorsos, tristezas diversas, dores alheias
Eu não reparo, amparo teus olhares, teus andares
Me arrumo, me abrumo, mas não me basto.
Circula em mim
Vastos vazios, pequenos encontros, grandes abraços
E se não te vejo não é abandono, pode ser festa ou cansaço
Me viro, me danço, me aguo, floresço de matas e matos.
Não circula em mim
Raivas, desilusões, nuncas e nem sempres, sou pequeno
Imenso de alegrias, pronto para outros dias, uma lua cheia
E se me olha e não me enxerga não é culpa tua, nem minha.
Milton Antonio
15dez/2021