POEMA AO AMOR
POEMA AO AMOR
Os poemas da moda,
Já antigos,
Chegam ao outro,
E com o outro,
Sem margens:
Por isso, os enigmas irracionais e indecisos,
Mudam de cor,
Para cobrirem a destruição,
Com os sons do outrora,
Que desdobram as falas,
Das bagagens apodrecidas.
Transportada pela maioria,
A recordação das imagens,
Deixa-se na gula,
Ou no juízo,
Quando em golpes,
As facas vis das rotas,
Com uma agonia parada,
Recomeçam surdas,
Diante do tardio deslize.
O jamais dizível,
Cala as correntes do amor.
Sofia Meireles.