DIAGNÓSTICO DE UM DERROTADO
Na lata solta na rua,
no papel virado a esquina...
Nas marcas do pecado que sujam a ponta dos
dedos,
No fedido cheiro.
É do nada.
A minha escrita
está em mim.
Do cigarro que vai a boca, até as palavras que
saem dela.
Tá no catarro do guri da casa ao lado,
no balcão podre de peixe no mercado central.
O que falo é de nadas.
Dessa variante que acontece calada.
Podia ser bonito tudo isso.
Serem flores e borboletas, um sol radiante ou
pássaros a cantarolar.
Histórias bonitas para contar.
Mas minha vida é besta.
Ou simplesmente meus olhos que nasceram para brilhar.
E neles cabem tudo...
Cabe gente.
Cabem o mundo!!
Só não cabem os sonhos que invento,
Por que morreriam sem comer,
Já que é irreal acreditar
que sonhos fiquem firmes,
onde clamam pra morrer.
Doutor!! a beleza é para os outros.
Não para mim
pra você entender...
É de quando o vazio transborda que eu costumo escrever.
E eu faço textos toda semana.