OS LIMITES DA NOSSA EXISTÊNCIA
Há algo de intransponível no tempo de um dia.
Algo que nos aprisiona a repetição das horas
e já antecipa a manhã seguinte.
Trata-se de uma inércia das coisas vividas,
um demorar-se das rotinas,
que nos prendem os pés no chão.
Há, de fato,
em tudo que nos acontece,
um limite,
uma angustia,
qualquer interdição,
que nos impede de transpor o imediato,
fugir de casa,
mudar de cidade,
queimar a prefeitura,
ou se perder no mundo
em busca do impossível
de um sonho antigo.
Este maldito limite
é quem nos tornamos
contra nós mesmos.