Faz com que ela me dê amores
Sim, de d’Afrodite me vejo espelho,
Não de Urânia, signo de amor divino:
Nua, à minh’ alma entrego este desígnio,
A ela deixo tudo o que não é terreno.
Sim, se d’ Afrodite me vejo espelho,
Neste plano, que seja de Pandemos,
Entregue aos amores físicos, desejos
Lascívos, vivos, comuns e mundanos.
Espalho pelo mundo, com meus filhos -
Eros, Himeros, Anteros e Pothos -
Amor: todas as suas diferentes faces.
E é como este soneto sem rimas
O meu amor: harmônico, belo, simples,
Mas arredio, resistente às regras.