Vampiros Arlequins
Não podemos sair por aí
nas noites de nossas glórias.
Vampiros nos esperam
à porta de suas retóricas.
Disfarçados de arlequins,
máscaras venezianas carmins,
os vampiros nos espreitam
qual Séraphin.
Seus lábios de cetim
a pronunciar palavras
em versos diversos,
a contar histórias
de tantos universos,
hipnotizam-nos
e nos mantêm
submersos.
Anestesiam-nos
com salivas
a respingar no cérebro
absorto.
Os antídotos para seus venenos
não são palavras obscenas,
mas sair de cena,
abandonar a arena,
e serenar poemas.