Cadê a luz do Natal?

Restando pouca bateria

Depois de tanta gritaria

No silêncio da noite

Escrevo poesia

Para acalmar a mente

Tenho tanto para dizer

Por que tanta preocupação com a rima?

Tenho tanto para dizer

Mas de que adianta, se com a maioria não combina?

Até dentro da minha comunidade eu sou minoria

As vezes nem o escuro da noite silencia meu tormento

Ontem no trem, fizeram rima da minha tatuagem: um astronauta sentado em Saturno

Me sinto um estranho, até já me falaram que eu não vim desse planeta..

Pareço estável, mas pode acreditar, dentro de mim ainda há muita energia

A luz do celular apaga, fico com o papel e a caneta na minha frente

Sorrio ao lembrar que encontrei uns parceiros e umas minas que também correm atrás de alguma garantia

Tá acabando o ano, nem tudo é alegria

O Brasil continua no ranking da morte, tem nome, é transfobia

Liberdade é quando todos estiverem a salvo de tanta violência

Eu já sei que tudo é processo, mas tenho tanta pressa de viver

Tantos anos tentando entrar numa caixa, desisti de parecer com a maioria

Não aguento mais tanta gente esperando campanhas de natal para brincar ou até mesmo para comer, ou ainda pior , escolhendo a vida toda entre não ser ou morrer

Por ter embarcado comigo, obrigado amigos e família..

Tanto tempo, nem mais acreditava, hoje sou tão feliz em simplesmente ser!

É meio chato ser ET, sempre perco no jogo de mais valia

Costumo falar de esperança, mesmo em silêncio

Palavras pretas num fundo branco, que para você, talvez, não faça a menor diferença

Tainã Dahlem
Enviado por Tainã Dahlem em 23/12/2021
Código do texto: T7413561
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