ARTE ADORMECIDA DENTRO DE UMA CAIXA DE FERRAMENTAS

AMANHÃ CEDO VOU BOMDIAR O VENTO

VOLTA E MEIA ESSA IDÉIA ME VEM AO PENSAMENTO.

UM AMIGO QUE TRABALHA COM PARAFUSOS,

FIOS DE COBRE,

PORCAS,

CHAVES DE FENDAS,

ALICATES E ROLAMENTOS

ME RECLAMOU DA POESIA

QUE NÃO LHE CAI NO ENTENDIMENTO.

SEJAM DIRETOS COMO EU, DISSE-ME ELE.

COM MEUS INSTRUMENTOS FAÇO UM MOTOR,

ELE FUNCIONA, PRONTO.

É SIMPLES.

VERDADE O QUE DISSE.

QUIS ATÉ FICAR MUDO,

MAS NÃO ME CONTIVE.

EMPRESTE-ME SEU ALICATE,

DOIS METROS DE FIO DE COBRE,

MEIA DÚZIA DE PARAFUSOS,

QUATRO PORCAS, ESSA CHAVE DE FENDA,

ESSE ROLAMENTO

VOCÊ VERÁ QUE DAÍ TAMBÉM PODE SAIR A ARTE.

E FUNCIONA.

É SIMPLES.

O CIUMENTO COM SEUS INSTRUMENTOS,

FECHOU A CAIXA DE FERRAMENTAS

SEM SABER DEIXOU UMA OBRA DE ARTE

ADORMECIDA LÁ DENTRO.

PERDEU A OPORTUNIDADE DE CONTEMPLAR A SIMPLICIDADE

TOMARA QUE AMANHÃ ELE TAMBÉM DÊ BOM DIA AO VENTO.

Edmir CARVALHO BEZERRA
Enviado por Edmir CARVALHO BEZERRA em 21/11/2005
Código do texto: T74125