ENTORPECENTE

Mais uma vez o teclado dispara

(neste falso arranjo de palavras)

o caxixi dos amperes passados

no alambique elétrico da massa

cinzenta do cérebro que só sabe

desenhar a sua imagem ampliada

nos cantos do meu verso escravo

e sob a garapa azeda da sua falta.

E mais uma vez o poema me escapa

(a sua poesia é a cabeça da cachaça).