Cinquenta tons
Chegou aos cinquenta.
"Enta"
Assim, ela ostenta!
Ela nem tenta. Ja é...
De si, opulenta.
Aos cinquenta...
Não isenta: de marcas na face
Na alma...
Aos cinquenta... "enta"
Ela senta... levanta - CANTA!
Inventa - desinventa
E dia a dia, se reinventa.
Antes, quarenta.
Fé - força - guerra
Vontade!
E bem antes, trinta
Fogosa - distraída... traída por si.
Cheirosa: __uma rosa.
Nem se lembra mais dos vinte.
Era puro acinte
Bela infante
Nenhum reguinte
Voava com as asas do seu pensamento.
"Pensamenta".
Aos cinquenta
Só quem a ama, aguenta.
E quem a conhece, a ama.
Ardida tal qual pimenta.
Doce tal qual mel na casa da abelha.
__ Não mexe com ela!
Briquenta..., __ Mas, faz doce mel!
Aos cinquenta
De qualquer culpa, isenta!
Por que nela, já não cabe mais
O que só aparenta.
Cabe só ela mesma...
Intuitiva, mística, bruxa... _ magenta!
Cabe ainda, os amores da sua existência.
Aos cinquenta, ela é somente ela!
Assim, se apresenta
Nem esquenta... Ou então, pega fogo!
Ela se representa!
Ahhh, uma década de "enta" se foi!
Agora paz!
Guardou suas armas.
Mas preservou sua voz, ATENTA!
Que venham os demais "entas":
__ Sessenta...
__ Setenta ...
__ Oitenta...
__ Noventa...
E assim, ela chegará aos "ems"
A nota dela é dez, é cem.