Resta o medo
Ainda resta alguma coisa?
Não sei se é tristeza
Talvez muita saudade de um tempo
Um tempo nem tão distante
Que hoje já não pertence mais a ninguém
Pode ser a dura verdade, aquela que nos pegou de cheio e se revelou friamente
A verdade de que tudo é tão frágil
Nada é certo e tudo muda de uma hora para outra
Essa coisa assusta, essa impotência diante da vida é cruel
As desgraças da vida e suas tramas tortuosas
Dilacerado nossas almas feito títeres
Nos tornando pequenos a arrastar pesados grilhões
Guantes que ferem profundamente nossas entranhas
Cavam labirintos tenebrosos em nossas mentes
Resta o medo, ah ele é a única certeza
O medo remete à morte
Aquela que tanto nos atormenta e hoje solta o seu nefasto bafo sobre nós
Um medo que cresce cada vez mais e vai atingindo a todos
Estamos fracos e amedrontados
A vida nos deu uma surra
Ela, outrora tão bela, leve e aparentemente cheia de certezas
Dela, agora somente resta a incerteza e o medo de perdê-la
E resta a grande verdade que todas as horas ferem
E a grande certeza que a derradeira hora, mata...é isso que resta!