TRAGO POESIA

Vos trago uma mercadoria alada

Que é quase extraterrestre, marciana?

Vos trago uma mercadoria forjada

Numa outra galáxia, por um nirvana?

Vos trago uma mercadoria criada

Que no mundo valor não sei se tem;

Essa coisa esculpida, trabalhada,

E que este mundo a trata com desdém.

Mas carrego comigo, sempre aos molhos,

Essa coisa que pula de meus olhos,

Ignóbil por muitos do Brasil...

Não, não é conto de fada, utopia,

Essa coisa que trago é poesia,

Camuflada de ser tão pueril!