O homem morto?
É tão difícil ser sincero ao desejo,
Que eu esqueci de desejar,
Ou quem sabe de o notar;
É tão inútil a perfeição,
Que fiz sem pensar a ação;
Quem sabe as costas que eu virei,
Não vire um dia para mim,
Quem sabe estes versos não seja esta,
Esta renúncia dúbia tão incerta que me mata,
Me destrói, me arraiga, trazendo um sorriso
descontínuo e uma mente mal amada.
Quem sabe estes versos seja para ti,
Musa disfrazada em um lençol de nuvens,
Em uma ''razão ressarce e escarce'';
Esconde-se nas nuvens da imaginação,
Com um falso olhar sem ação;
Pauta-se nas sombras de um imitar
no limiar, quem sabe a ti um dia irei amar
E do meu principado compartilhar.
Musa sem o ser, ação sem saber,
Desejo desenfreado e eu, eu...
Uma mente indecifrável,
Há passos luz do inominável;
Torno-me inalienável.