Valeta
Nu,
Munidos de quase nada,
Apenas teclado, papel e caneta,
Partimos para guerra,
Em longa caminhada,
Destino incerto,
E que Deus nos proteja.
Se há algo errado,
Usamos palavras,
Versos, prosas e rimas,
Esperando que algo aconteça,
Inimigo se cala,
Frente a crônica pesada,
Mentira abatida,
A vingança alimenta.
Miramos na mente,
E no coração,
Quando não percebidos,
Chamamos atenção,
Queremos ser lidos,
Gostando ou não,
Maior recompensa,
Sua opinião.
Atacamos o Desamor,
Depressão e desespero,
Às vezes, curamos dor,
E o choro no chuveiro,
Lutamos contra o injusto,
Vezes somos derradeiros,
Buscamos salvar o mundo,
Acabando com o hospedeiro.
Nós brotamos do asfalto,
Morro, barro e palafitas,
Conhecemos o inferno,
Sem medo,
Partimos para cima.
Nos cancelam e nos calam,
Respiro,
É sobrevida,
Comemos pelas beiradas,
Vencemos por teimosia.
Andamos em corda bamba,
Equilíbrio é a caneta,
E seremos esquecidos?
Mas brigamos contra ampulheta,
Queremos ser provocados,
Adoramos uma treta,
Buscamos os olhos do mundo,
Não o fundo de gaveta,
Acima de nós é Deus,
Porém aos pés,
Vive o capeta,