TRÍPTICO
água fresca nos meus pés
quando a vida é jazz
o corpo não me pertence
contar o tempo é nonsense
e o prazer se materializa com dois cafés
brisa boa nos meus olhos
claros como o mar de abrolhos
as maravilhas eu divido
enquanto a trovoada ao pé do ouvido
deixo como nefasto espólio
noite nova sobre mim
me desce à fronte a grinalda da lua carmim
os astros paralizados no espaço
dos aviões só se vê o traço
e daqui onde estou não se vê o fim.