O silêncio da manhã
O silêncio da manhã
Anuncia as asperezas do dia
Andar
Sobre a brasa do asfalto
Fugir correndo
De um assalto
Ver os corvos
Com seus turvos olhos
Procurando
Onde enfiar seus afiados bicos
Olhar as morenas
E suas peles brilhantes
Seus olhos incandescentes
E o frescor de suas bocas
Evitar o atropelamento
Distrair o olhar
Pelas manchetes de um banca
De jornal
Achar tudo normal
Ver cada bando
A saltar sobre furacões
Tremular uma bandeira invisível
Ver-se mais e mais
Risível
Sobrevivente do caos
Pronto para retornar
Para o próximo apocalipse