EM PAPÉIS ÁSPEROS
Mais lágrimas nos olhos que sorriam
Quando o dia sussurrava elogios desconexos
Agora pedregulhos que enganam a alma
Desejosa de bailar sobre a rotina fatídica.
Ninguém tem consideração pela voz
Ecoando entre as montanhas desoladas
Que pajeiam o vale na sua inocência
Absorvendo o sangue de nossas feridas.
Meus passos deixaram nódoas em lençóis
E pegadas em corações que tentaram
Poetizar em sombras de tardes ruminantes
Enquanto as palavras rondavam corpos
Tombados em batalhas insanas pela paz.
Eu não sei abrir os embrulhos que chegam
E nem rabiscar frases mudas em papéis ásperos
Apenas carrego em meu peito o que senti
Quando vi que não havia mais flores em jardins
E nem sorrisos na noite que se embriaga no bar.