Livro Velho.
Uma pálida manhã fria,
Talvez já seja Dezembro.
Não me lembro da cor dos teus olhos,
Talvez seja cinza
Como o céu lá fora.
A solidão é gelada,
Assim como o silêncio dentro de mim.
A saudade muitas vezes é preta e branca,
E exala uma estranha timidez.
Teus sonhos costumavam me visitar,
Mas aos poucos foi parando de vir.
Talvez a velhice da minha sanidade,
Me faça esquecer como era feliz.
Hoje sou como um livro empoeirado na estante,
Existindo apenas por existir.
Meu corpo tornou-se morada de lembranças,
Que as vezes esqueço,
E outras, nem sei se vivi.