Para minha Madrinha
Há uma flor na direção dos meus braços
Que eu só vejo quando estou calado
Sozinho na muralha de espinhos
Eu penso na dor deste caminho
E no frio,no frio
Há uma flor na direção dos meus braços
Que sente o cansaço de estar por estar
Na alegria de quem pode alcançar
A alegria de poder alcançar
Há uma flor na direção dos meus braços
Chorando rezando por um pedaço
Embreagado como marte
Sorrindo assustado como venus
Há uma flor na direção dos meus braços
Que nunca viu a noite
Que nunca viu a lua
Que nunca se despiu
Que nunca ficou nua
Há uma flor na direção daqueles braços que são meus
Rasgando os céus por gritar
Sem saber do amanhecer