DEPOIS DA TEMPESTADE
Quantas vezes você me fez pensar em algo
Eu, pelas ruas, buscando a paz.
Teu cheiro de noites mal dormidas
E meu encanto no canto do meu olhar.
Nunca precisei rasgar as cortinas da tarde
E nem escrever poemas dando adeus ao sol.
Quantas vezes você se perdeu em encruzilhadas
Que não tinham nada para dizer em publicidades.
Tudo em você tem aroma de paraíso perdido
Mas as coisas não se encaixam na madrugada fria.
Não vou cantar a canção que desperta nosso ódio
A guerra tem valor alto demais para nós dois.
Quantas vezes a cidade foi dobrada sobre nossos ombros
E o pesadelo um cobertor fiel diante do sopro glacial.
Talvez se as chances fossem dadas a nós, eu erraria
Mas o grafite não obedeceu a mão trêmula da manhã.
Sinto que nem tudo está perdido depois da tempestade
A bonança que inunda o meu ser fertiliza meus sonhos.