DEPOIS DA TEMPESTADE

 

Quantas vezes você me fez pensar em algo

Eu, pelas ruas, buscando a paz.

 

Teu cheiro de noites mal dormidas

E meu encanto no canto do meu olhar.

 

Nunca precisei rasgar as cortinas da tarde

E nem escrever poemas dando adeus ao sol.

 

Quantas vezes você se perdeu em encruzilhadas

Que não tinham nada para dizer em publicidades.

 

Tudo em você tem aroma de paraíso perdido

Mas as coisas não se encaixam na madrugada fria.

 

Não vou cantar a canção que desperta nosso ódio

A guerra tem valor alto demais para nós dois.

 

Quantas vezes a cidade foi dobrada sobre nossos ombros

E o pesadelo um cobertor fiel diante do sopro glacial.

 

Talvez se as chances fossem dadas a nós, eu erraria

Mas o grafite não obedeceu a mão trêmula da manhã.

 

Sinto que nem tudo está perdido depois da tempestade

A bonança que inunda o meu ser fertiliza meus sonhos.

Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 08/12/2021
Código do texto: T7403058
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