No leito de um rio

Disparo contra,

Os ventos,

Os sonhos engatilhados,

Na morna água,

Que banham os meus pés,

Nas lágrimas, que derramei com mágoa,

De lés a lés,

Moa, doa,

Doar-me-ia se não fosses silêncios,

Se não desaguasses no meu kwanzas,

Na dor dos meus olhos,

Oh, sombrio e frio rio,

Calado presente,

De ondas sorrateira,

Deste-me a tal rasteira,

Oh, ilusão brejeira,

Enganei-me a beijar-te oh miragem,

Seus lábios tardios, fizeram viagem,

Ao contornar a minha paisagem,

Semblante triste que deixaste,

Quando na memória,

Exibistes as taças,

A farsa,

Do último brinde,

Enquanto te despias da prosa,

Apenas pedi-te, que amasses a poesia,

Nada mais do que isto,

Mas, ignoraste-a,

Partiste, como se palavras

Fossem pecado,

Não me pude vestir,

Continuei despido e com dor,

Nas folhas brancas,

Redigi as cinzas de um amor,

Com letras efêmeras,

Para que exprimissem saudades,

Mas o tempo a trouxe, que maldade,

E hoje, choro no leito do rio...

" Saudade, é a voz intermitente da alma "

(M&M)

Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko
Enviado por Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko em 08/12/2021
Código do texto: T7403015
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