No leito de um rio
Disparo contra,
Os ventos,
Os sonhos engatilhados,
Na morna água,
Que banham os meus pés,
Nas lágrimas, que derramei com mágoa,
De lés a lés,
Moa, doa,
Doar-me-ia se não fosses silêncios,
Se não desaguasses no meu kwanzas,
Na dor dos meus olhos,
Oh, sombrio e frio rio,
Calado presente,
De ondas sorrateira,
Deste-me a tal rasteira,
Oh, ilusão brejeira,
Enganei-me a beijar-te oh miragem,
Seus lábios tardios, fizeram viagem,
Ao contornar a minha paisagem,
Semblante triste que deixaste,
Quando na memória,
Exibistes as taças,
A farsa,
Do último brinde,
Enquanto te despias da prosa,
Apenas pedi-te, que amasses a poesia,
Nada mais do que isto,
Mas, ignoraste-a,
Partiste, como se palavras
Fossem pecado,
Não me pude vestir,
Continuei despido e com dor,
Nas folhas brancas,
Redigi as cinzas de um amor,
Com letras efêmeras,
Para que exprimissem saudades,
Mas o tempo a trouxe, que maldade,
E hoje, choro no leito do rio...
" Saudade, é a voz intermitente da alma "
(M&M)