A MESMA LUA

 

Não conte comigo em noites de lâmpada acesa

A casa onde moro me aprisiona em seu frio

É assim que me vejo em espelhos embaçados

Um rosto desalinhado sobre lençóis sufocantes

 

Você não percebe meu sopro sobre as centelhas

Por mais que eu não queira, elas se apagam

Não adianta medir esforços para me salvar

Acolho minha sentença como inspiro oxigênio.

 

A cidade não conta com minha presença em suas ruas.

As grandes avenidas não foram feitas para acolherem meus passos

Aquele néon não é luz que me guia pela escuridão

Eu tenho certezas que não se ajustam em qualquer engrenagem.

 

Deixe-me e vá curtir o calor de homens e mulheres

Dançando em volta da fogueira onde se queima as felicidades

Suas escolhas exigem meu respeito e eu não tenho forças

Apenas vivo minha intuição enquanto meu coração se dilacera

Não é por acaso que vemos a mesma lua em fases distintas.

Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 07/12/2021
Reeditado em 07/12/2021
Código do texto: T7401982
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