Equilíbrio é a Palavra Chave
Tenho entupidas as artérias pelo teu vento,
À margem de mim, eu tento desprender-me,
Mas, este molda-me à bel-prazer,
Faz-me o que bem quer,
Deixando-me assim à mercê,
Com os lábios tingidos, secos,
Com os seios doridos,
E a garganta afônica de tanto gritar,
Oh, onde andas cavalheiro do silêncio,
Mestre da reminiscência,
Continuas oscilante como o tempo,
Sentenciando presenças com ausências,
Justificando-se do tempo,
Como este fosse o remédio para todos os males,
Como se quisesses que me cale,
Diante do meu próprio desespero,
Não sei se parto ou te espero...
Calem-se todos os devaneios,
Cálice das lágrimas que bebo,
Do desejo contido no âmago,
Pois, aqui dentro, ainda trago amor,
Trago essa fumaça espessa,
Que lentamente mata-me e sufoca,
Por acreditar em dias melhores,
Pois, entre as pedras frias da solidão,
Hão-de germinar flores (...)
(M&M)