Equilíbrio é a Palavra Chave

Tenho entupidas as artérias pelo teu vento,

À margem de mim, eu tento desprender-me,

Mas, este molda-me à bel-prazer,

Faz-me o que bem quer,

Deixando-me assim à mercê,

Com os lábios tingidos, secos,

Com os seios doridos,

E a garganta afônica de tanto gritar,

Oh, onde andas cavalheiro do silêncio,

Mestre da reminiscência,

Continuas oscilante como o tempo,

Sentenciando presenças com ausências,

Justificando-se do tempo,

Como este fosse o remédio para todos os males,

Como se quisesses que me cale,

Diante do meu próprio desespero,

Não sei se parto ou te espero...

Calem-se todos os devaneios,

Cálice das lágrimas que bebo,

Do desejo contido no âmago,

Pois, aqui dentro, ainda trago amor,

Trago essa fumaça espessa,

Que lentamente mata-me e sufoca,

Por acreditar em dias melhores,

Pois, entre as pedras frias da solidão,

Hão-de germinar flores (...)

(M&M)

Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko
Enviado por Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko em 07/12/2021
Código do texto: T7401972
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