Revelado Oculto
Fina adaga que corta o vento,
Onde caminho ao sentimento,
Nas palavras que o tempo não me ensinou,
Nas duras horas que de mim se apossou,
O que sobrou do meu peito,
Nesse leito da dor,
Na colmeia do néctar de amor,
Onde foste com todos,
Menos comigo,
Ruminaste-me as lembranças esquecidas,
E duramente, olhaste-me e definiste-te " Vida"
Meu porto sem sentido,
Como posso ter sentido,
O tacto da tua mão pesada,
Sobre o meu dorso ameno,
Como pude morrer em teus lábios,
E afogar-me em tua língua,
Atingindo o céu da tua boca,
(A)mar-te ou louca,
Se não me destes, de beber tudo de ti,
Alimentaste-me das migalhas que sobraram,
Com a soberba do olhar desdenhaste-me,
Ali onde morreram-me todos os desejos em fim,
No nevoeiro da ilusão de uma aurora,
E agora, diz-me!??
Onde andam os lírios,
Que moravam em teus peitos,
Onde andam os dedos,
Que afagavam-te os sentimentos,
Onde andam os sussurros,
Que jaziam nos orgasmos...
Diz-me tu, que fostes com todos,
Conta-me nessa hora calada,
Onde o silêncio tornou-se bálsamo da dor,
E o negro dos teus olhos já nem brotam amor,
Vá diz-me, onde vivem os sonhos,
Daquele jardim, que hoje desvanecem as tépalas (....)
(M&M)