Revelado Oculto

Fina adaga que corta o vento,

Onde caminho ao sentimento,

Nas palavras que o tempo não me ensinou,

Nas duras horas que de mim se apossou,

O que sobrou do meu peito,

Nesse leito da dor,

Na colmeia do néctar de amor,

Onde foste com todos,

Menos comigo,

Ruminaste-me as lembranças esquecidas,

E duramente, olhaste-me e definiste-te " Vida"

Meu porto sem sentido,

Como posso ter sentido,

O tacto da tua mão pesada,

Sobre o meu dorso ameno,

Como pude morrer em teus lábios,

E afogar-me em tua língua,

Atingindo o céu da tua boca,

(A)mar-te ou louca,

Se não me destes, de beber tudo de ti,

Alimentaste-me das migalhas que sobraram,

Com a soberba do olhar desdenhaste-me,

Ali onde morreram-me todos os desejos em fim,

No nevoeiro da ilusão de uma aurora,

E agora, diz-me!??

Onde andam os lírios,

Que moravam em teus peitos,

Onde andam os dedos,

Que afagavam-te os sentimentos,

Onde andam os sussurros,

Que jaziam nos orgasmos...

Diz-me tu, que fostes com todos,

Conta-me nessa hora calada,

Onde o silêncio tornou-se bálsamo da dor,

E o negro dos teus olhos já nem brotam amor,

Vá diz-me, onde vivem os sonhos,

Daquele jardim, que hoje desvanecem as tépalas (....)

(M&M)

Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko
Enviado por Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko em 06/12/2021
Código do texto: T7401490
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