Pecado?
Dedico uma prece
A ti, que no Sagrado
Não crês
Para que voltes!
E me esclareça
Os porquês
De todas as minhas construções
Hipotéticas
Desse amor profano,
Imaginado
(E impossível?)
Entre duas personas
Tão improváveis...
Que o ateu
Por ironia,
Torne críveis
Minhas religiosas fantasias...
(Românticas?)
Quebre a semântica,
A ideologia...
E faça-se, de fato,
Um hiato
Hierofania
Na realidade
Sombria...
Seja ele a minha resposta
A essas paragens vazias,
Que varam meu coração
Desolação...
Uma ilha de significados
(Ainda que, alquebrados)
Nesse oceano de cruel indagação...
Haverá conflito
Entre o sagrado
E o coração?