Atemporal

Não fabrico versos

Os meus são livres

São nuvens carregadas

Explodindo e assustando a cidade

E de provar algo

Não tenho necessidade

Não trago decotes

Caras bocas frases militância

Ou jogos de esconde

Eu quero é ver por onde

Sem ser ourives ou marqueteira

Sou aquela jovem senhora

Com cara de criança birrenta

Cheia de ambiguidades

E saudades

E coisas que não podem ser ditas

Malditas

Amores inversos

Fustigada pelo tempo

Potencial destrutivo da intensidade

Trovoada interna

Força das enxurradas

Desalmadas

Trago vícios

Memórias tristes dos meus avós

Procuro emoção

Meu crachá de identificação

Caminhada solitária ao pôr do sol

Guinada de nuvens que mudam de ideia

E mostram a face de Deus

Que sorri

E me me ilude

Mais uma vez

Yara do Vento
Enviado por Yara do Vento em 03/12/2021
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