A VIDA NA ROTINA DA CIDADE

 

Querer apagar a vida na rotina da cidade

Querer pagar as dívidas sem fim

Buscar amor onde o deserto comeu a beleza

Buscar a flor que sobreviveu à falta de encanto.

 

O dia e a noite em profunda discordância

A queda que cola meus cacos espalhados

A vertigem de quem traçou metas descabidas

A viagem de quem não tem para onde ir.

 

Ajudar a poesia sobreviver sobre poeiras

Ajudar a profecia se concretizar ainda hoje

Não busco o amor na quietude da tarde

Não busco a dor no tricotar das teias.

 

O verso não carece de rima e ruídos

O silêncio atrapalha ouvir os céus

Não subo montanhas em linha reta

Não sei a palavra certa no fim do caso.

 

Ainda preciso trilhar as curvas da dúvida

Para tocar o profundo do meu ego

E assim entender os sinais singulares da vida

Para assinar minhas ações em segredo.

Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 03/12/2021
Código do texto: T7399142
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