AQUELE ROSTO

 

Aquele rosto de dois gumes

De um Drummond em calçadas e polias

Na roda torta do tempo.

 

Meu corpo enferrujado

Espectador de mãos e marretas

Alfinetando versos imaturos.

 

Só quando me expando é que toco

A magia

Que paira sobre as férreas montanhas de Minas.

 

Nada sai voando sem asas

Como o vento

Ou nasce sem a arte ou o amor.

 

Aquele rosto e suas sete faces

Com poeiras nos olhos

Nunca encardiu o Doce em busca do sal.

 

Saboreio a pedra em detrimento do caminho

Para ser mortal

Diante de um tempo que nos embodoca.

Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 30/11/2021
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