AQUELE ROSTO
Aquele rosto de dois gumes
De um Drummond em calçadas e polias
Na roda torta do tempo.
Meu corpo enferrujado
Espectador de mãos e marretas
Alfinetando versos imaturos.
Só quando me expando é que toco
A magia
Que paira sobre as férreas montanhas de Minas.
Nada sai voando sem asas
Como o vento
Ou nasce sem a arte ou o amor.
Aquele rosto e suas sete faces
Com poeiras nos olhos
Nunca encardiu o Doce em busca do sal.
Saboreio a pedra em detrimento do caminho
Para ser mortal
Diante de um tempo que nos embodoca.