QUE SOPRE O VENTO
Quando eu fui versátil e tolo minha mãe era uma brisa
E todo o resto era mormaço
Quase tive revelações em dias de maio daqueles cinzentos com pragas e doenças
Mas sempre vinha um alívio do firmamento travestido de natureza
E eu o recebia no meio de um colóquio com alguém que não devia mais estar lá
E tudo funcionava como uma engrenagem velha e automática
Eu funcionava com ela
E vibrava como um motor cansado mas ainda funcional
O espaço tinha uma aparência de infinito plausível
Todas as coisas respondiam por esse raciocínio
Havia luzes num monte distante e nós íamos à ele
Como quem escala um armário
Assim tudo foi...
E ainda será.