QUE SOPRE O VENTO

Quando eu fui versátil e tolo minha mãe era uma brisa

E todo o resto era mormaço

Quase tive revelações em dias de maio daqueles cinzentos com pragas e doenças

Mas sempre vinha um alívio do firmamento travestido de natureza

E eu o recebia no meio de um colóquio com alguém que não devia mais estar lá

E tudo funcionava como uma engrenagem velha e automática

Eu funcionava com ela

E vibrava como um motor cansado mas ainda funcional

O espaço tinha uma aparência de infinito plausível

Todas as coisas respondiam por esse raciocínio

Havia luzes num monte distante e nós íamos à ele

Como quem escala um armário

Assim tudo foi...

E ainda será.

Caio Braga
Enviado por Caio Braga em 30/11/2021
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