AFOGANDO EM ESCUROS
Antes que o vento varra o solo
Espalhando as letras da história
Que nossos pés fizeram outrora
Enquanto o amor entre nós latejava
As flores eram nossas parceiras
Enquanto os carinhos roçavam nossas veias
Fazendo o sangue ferver sem parar
No céu dos nossos desejos
Mas o dia anoiteceu
E as estrelas não perfumam à distância
Eu fui me afogando em escuros
Desses que crescem em uma alma deprimida
Essas pessoas não entendem o que houve
Essas pessoas falam como se recitassem
Poemas decorados em escolas frias
Onde a emoção é adestrada para sorrir
Mas o vento não é o que incomoda
As pedras que tomaram o lugar
Das vísceras em meu corpo silenciado
Pela dor que me ofuscou os olhos
Dilaceram meus sonhos sem dó
Não é o vento que me incomoda