AFOGANDO EM ESCUROS

 

Antes que o vento varra o solo

Espalhando as letras da história

Que nossos pés fizeram outrora

Enquanto o amor entre nós latejava

 

As flores eram nossas parceiras

Enquanto os carinhos roçavam nossas veias

Fazendo o sangue ferver sem parar

No céu dos nossos desejos

 

Mas o dia anoiteceu

E as estrelas não perfumam à distância

Eu fui me afogando em escuros

Desses que crescem em uma alma deprimida

 

Essas pessoas não entendem o que houve

Essas pessoas falam como se recitassem

Poemas decorados em escolas frias

Onde a emoção é adestrada para sorrir

 

Mas o vento não é o que incomoda

As pedras que tomaram o lugar

Das vísceras em meu corpo silenciado

Pela dor que me ofuscou os olhos

Dilaceram meus sonhos sem dó

 

Não é o vento que me incomoda

Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 28/11/2021
Reeditado em 28/11/2021
Código do texto: T7395663
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