"QUANDO AS CORTINAS SE FECHAM" Poema de: Flávio Cavalcante
QUANDO AS CORTINAS SE FECHAM
Poema de:
Flávio Cavalcante
Restam apenas os aplausos
As luzes por fim se apagam
A volta dos fantasmas que lhe assombram
As confusões do passado se afloram
Ao ponto de chorar com seus causos
Lembrando da vida e seu fracasso
O que resta é a solidão do palhaço
O palhaço de cara totalmente pintada
No circo, hoje tem marmelada
No palco tentou levar ao seu público
A alegria que ele não tinha há tempo
Do seu amor e o seu descontentamento
Ao abrir as cortinas, tudo volta à tona
A alegria volta à reinar envolto às gargalhas
As luzes fazem a sua parte nessa alegria
O palhaço esquece das dores momentâneas
O espetáculo acaba e a cortinas se fecham
O palhaço deixa cair a máscara e chora
O palhaço é alegria com as cortinas abertas
O palhaço homem de cortinas fechadas
Risos, plateia, luzes, alegria, tristeza,
À vida entre cortinas abertas e fechadas
Esta é a rotina de um palhaço
Quando as cortinas se fecham...