O rugido do tempo
O tempo urge e ruge
Como um lobo faminto
Minto se ignoro como o sinto
As suas presas enterradas
No vazio da minha carne
Trêmula e de cor branca
Agulhas ensanguentadas
Que me perfuram sem dor
Na minha corrida pela sorte
Sou como uma bala perdida
Aos ziguezagues e sem norte
Morte serena e escondida
Sacio a minha sede louca
Na água turva das fontes
Que me lava a garganta rouca
Tento ser como um deles
Mas não consigo correr
Estou na floresta escura
Turva sombra do meu ser
Tropeço na minha bravura
Uso a minha lança dura
Sei que tenho de morrer