O amor que perdura é uma coisinha insistente
Há um laço que não se desfará
Há algo aqui, que não passou.
E certa estou de que não passará.
Eu recordo os afetos cotidianos,
me instalo na saudade que eles provocam.
Eu ainda choro.
E esse choro manso já se tornou tão habitual, que eu só derramo.
Acordo na noite, só pra chorar.
Eu tô me recuperando, reaprendendo a ser.
Se não é autoengano, acho mesmo que estou.
Me havendo com essa coisinha insistente e insuperável aqui dentro.
Que diz teu nome.
Eu digo que tá tudo bem.
Que vai ficar tudo bem.
Não é de mentira que digo, por mais que eu não saiba nada de como vai ficar, é de otimismo.
É meio que um lance de fé.
Um dizer que é quase prece.
Essa coisinha insistente, latente, lancinante.
Não cansa e nem me dá descanso.
Ela não vai parar de dizer teu nome.
Sei aqui no íntimo.
E eu, bem eu, tô aprendendo a ouvir.
Ouço, escuto e acolho o sentir da coisinha.
Eu também sinto, sinto muito.
E já topei a trabalheira que vai dar viver uma vida a dar respostas de que vai ficar tudo bem.
Em algum momento haverá de ficar!