Calado! Covarde! Dissimulado!
Calado !
Covarde !
Dissimulado !
Enquanto permanece em silêncio
Os famintos por pão e beleza,
Os sedentos por água e poesia
Padecem sob o rigor de tua coragem de comer e de beber sozinho com os teus iguais a ti!
Covarde !
Mesquinho !
Dissimulado !
Teu silêncio é comunhão austera com as bestas feras com roupagens que respingam ouro puro em pó cru como descaso a mulheres e homens
Do teu silêncio covarde,
nada fértil mas puro
Estrume que adormece teus semens sem prumo
Sem rumo, sem leme, sem lume
Com as rédeas de tua neutralidade revestida
Com o furor de oprimir
De mãos dadas, atadas com os opressores de plantão
Do teu convívio Conluio,
Conchavo,
Contrato cego e torto na retidão
A quem tu serve como cúmplice
Calado !
Covarde !
Mesquinho !
Verme dos vermes
Segue teu caminho que borbulha e arrota arrogância na permanencia hostil e fútil, fúnebre e feia
De tua omissão disfarçada, solapada
Por tua miopia engrenagem das engrenagens vis
De tua agonia volúvel e solúvel
Dos teus deuses-Bostas que destilam e cheiram cinismos, arrogâncias e pragmatismos foscos
Em delirantes cartazes de shows bufas, ocos bolorentos como os nefastos repelentes de humanidades
04112021 manhã