EU-ISMOS
Portal absoluto das minhas fomes-sedes
Abismo insólito proselitismo inerte
Eu !
Eu ?
Eu...
...eu
Sempre o nada de mim estampado em estilhaços dos meus vazios
Carência veemente de dores maquiadas com sorrisos falsos
Eu simulacro de mim mesmo
Cadáver ambulante com figurino fétido com nervuras rasas dos meus aplausos solitários
Eu - sempre
Permanente em pódios rotos e insólitos
Dependência tosca de mim
Eu dopado de mim mesmo
Eu cachaça dos outros
Eu sou mesmo assim
Striptease de mim
Como esconderijo de minha alma
Que não sei se ainda pulsa
Mas eu ouço seus gritos sufocados
Mas minha surdez me norteia
Não me ouço
Não me vejo
Não me toco
Não me sinto
Sou da leveza plana da tela-sela aguda sórdida alheia
Eu - verme de mim mesmo encarcerado em anemias patológicas
Sintomas de vícios
Da volúpia de minha sobrevivencia anestesiada e amputada dos meus pulsos em ferrugens solapadas pelos desejos fabricados por tudo ser nada
De ser tudo
De nada ser
Sobrevida, comprida
Migalhas de aparência
Sem afeto
Desertos
Com flores feridas
Inundadas dos ecos vazios estampados em poses frias
Esse meu curral-fedor de mim
Esse meu muro de mim
Esse meu parasita cego de mim
Esse erro devasso maquiado por aplausos cínicos e covardes mas necessários ao vazio dessa minha pseudo existência
(raicarvalho)
14112021 manhã
Obs.: Texto sem correção