Que também é você
Renasço em cinzas e não em homem, homem, qual?
Ressurjo do nada, a partir de algo deve ser, pois nada não é,
Há de ser-algo, há de ser em mim algo, algo que é algo a outro,
Outrem, ou a alguém, o nada não é nada e o todo é tudo,
O uno é tudo, incluindo nós e o infinito que o é, infinito...
Como sementes de homens grandes, mas os frutos, ah
os frutos, são sonhos; Continuo a ser um nada em pequenez,
Fazendo destes versos vislumbres do horizonte do nada sei;
Cantiga para o infinito, destes versos pórticos para alguém;
Continuo a mercê do infinito, como se não houvesse amanhã
E como se a beira fosse o real hoje, e o sonho o real descontínuo,
Inacabado e contingente de uma falha de acerto de ser, um acerto para o nada.