Se a paixão não mais existe; fomos nós que a matamos.
Quem tirou da paixão seus segredos e euforias?
Quem trocou a confiança, pelo veneno da lança?
Quem tirou o festão da festa da alegria de criança?
Quem apagou o sol que o infante via todos os dias?
Uns dirão: que foi culpa das paixões desencontradas.
Outros dirão: que foi a peçonha do veneno da traição.
E ainda alguns dirão: que foi a maturidade em ação.
E ainda haverá uns que culparão, as noites nubladas.
Mas a verdade é que a incapacidade de viver o bem,
De fazer uso do escudo da puerícia desmaliciosa,
De intender que a pressão molda a joia preciosa.
E que as nuvens é relento que rega o querer bem.
Tirou o brilho da paixão, apagou a alegria do coração.
Abriu espaço para ponta dilacerante da desconfiança.
E esmagou o diamante brilhante da festa que dança.
Fomos nós, somente nós, quem matou a doce paixão.
(Molivars).