centelha de chão
Passo a mão no rezador e me espanto.
Poeira rasa, vermelha como brasa,
Incomoda o que canto, mais dois goles,
Não vejo um só santo, em toda prole.
Poeira que o vento levanta, vermelha.
Cor de terra santa, ventre e centelha.
Encanta, pois dele brota toda planta,
Toda felha, grota e o sacripanta.
Poeira em camadas ínfimas.
Definindo insolentes contornos.
Suaves adornos na silhueta carnal
tinge os cabelos grisalhos
transpõe o véu, o agasalho
embota a lágrima incrustada.
sabota a saliva... a cusparada.
Poeira, centelha de chão.