AMIGO VELHO
O acaso, sempre subestimado, foi consumado
Não quero nada, somente me perder outra vez
Melhor, quero tudo, quero me reencontrar
Perdoai-me, filósofo, outra vez me deixo levar
As palmeiras que balançam, os pássaros que cantam
Ora, é assim mesmo, ridículo como tal
Não posso senão consentir, de fato é tão banal
De que me valem os cinco tomos?
Se o diafragma sempre vence?
Ah! Não te preocupes, penso comigo.
Afinal, terás algo quando o vento cessar!
Terei a mim e o sentimento
As folhas caídas, sem vento
O pássaro que cantara, ao relento
Serei eu, pois, o meu alento…
Mas enquanto não chega, que cante!