Centro das atenções
O que há, por detrás do efêmero,
Senão o anseio de ser notável,
As tantas, dá por si passageiro,
Pensa ter um rei na barriga, lamentável
Ou julga ser a rainha das figas,
Um milho não maduro,
Pouca uva para muita parra,
A que pensar também nos outros,
O sol não é propriedade privada,
Talvez pensa ser estrela,
Só se for a estrela apagada,
Com o falso brilho no olhar,
Esbanjando um camuflado sorriso,
Acha-se o pódio, altar
Um escuro a beira do luar,
Ser o centro das insinuações,
Mero acaso, excessos de ilusões,
Aresta fora das atenções,
Síndrome do umbigo revelado,
Egoísmo a base de selfie,
Parece que só a sua linha tem prumo,
Mas, a que contar esse mal,
E deixar que o sol brilhe para todos (...)
(M&M)