POEMAS DIVIDIDOS
Poemas divididos
Os poemas de amor,
Querem estar na realidade da bondade e da sinceridade,
Em que tudo, no poder de um dizer,
Ama fraternalmente,
Sem falar nem tocar.
Os livros têm de sangrar,
Para que, através da circulação deste sangue,
Haja contração nos segundos obrigatórios,
Como ditam as leis dos movimentos.
Às vezes os acontecimentos vistos pela humanidade,
Beijam, em cortes agrestes,
A dureza da luz de um olhar,
E o parecer estremecido do não,
Sabe beneficiar-se dos fundamentos práticos,
De um sopro, que acende coisas,
Com a simpatia de uma vinda.
A infância de uma ida,
Como uma lição em partes divididas,
Não separa nem se junta,
Para continuar no nada.
Sofia Meireles