Últimos tempos

Não há verde

Nem vestimenta que nos caiba

Nem tecido que não aperte...

Na ânsia

Não há concordância

Nem verbo conjugado que desperte.

O olhar que se oferte é ínfimo, frio e incompleto

Sob o teto, as paredes erguidas são telas em branco

São cela, prisão

Não há fuga

Nem suspiro, sequer um sorriso franco.

Rasgo os papéis e saio de cena

Deixo o desarrumado do quarto, a poeira fina,

A fala no escuro

E sobre o criado mudo, a sensatez

Deixo que grite a morte

Sem norte

Em um corte que sangre de vez.