Guilhotina
Nascer morrer,
significa alguma coisa
para o outro,
seria óbvio deixar ficar
alguém onde os sentimentos torturam
é o verdadeiro explicitar.
Viver padecer,
coerente e eficaz
dirigir-se a alguém sempre que sorrir
com carinho de si mesmo
num ato frequente e realizador
dos próprios desejos
que aprendem os próprios gestos,
como missa de valor singelo
que deseja tocar fundo
onde os sentimentos pulam
e tocam os dedos
em eletricidade estáticas,
devagarinho esse lindo conforto
dos braços entrelaçados os que fazem limites
para um beijo grande
para lábios famintos e pequenos,
criando algum elo
entre viver e nascer,
subitamente morrer
ou aos poucos padecer,
nestes gestos faz-se viver a vida
na guilhotina que é estar sozinho,
na falta de compânia excessiva
que degolam os sonhos
mais preciosos
que uma cabeça vaga.