PRISIONEIRO DE MIM
Bebi meus próprios amargos,
Embargos de mim!
Sofri os devidos encargos,
Preparando o meu fim.
Esqueci o meu pálido semblante,
Via apenas a minha sombra,
A vagar, bêbeda, cambaleante;
Um ser que assombra!
Meu mundo caiu!
Eu já não era...
Eterna espera,
Meu riso se esvaiu!
Então bebi! Bebi, bebi...
E me embebi!
E quando tudo eu perdi,
Eu sofri;
Por não me amar,
E n’esse “mar”,
Fui remar,
Remar contra a maré
De pé a pé
E fui até...
Até encontrar o amar.
Ênio Azevedo
(Poesia, apenas poesia!)