PERDAS E DANOS

Pequenos escritos passados,

falam melhor de mim do que gostaria.

Uma soma de todos os pulsos da vida,

hoje piedosos matadouros de sonhos.

O que me torna impossibilidade,

é um tanto de prosaicas responsabilidades.

Não há bandeiras nem muita fé,

apenas o que permite sobreviver nessa idade.

Fui daqui pra lá, pela inocência.

Não voltei pois a caminhada desgasta a memória.

Ainda tem poeira daquelas épocas mortas,

na irrelevância dos troféus dos tempos de glória.

Era o tempo da úlcera atacada quando te via.

Hoje tão ridículo, sem nome, sem estima.

Bastaram-me os tantos nadas adquiridos,

pra entender que esse passado da escrita,

não me pertence nem suas poucas alegrias.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 12/11/2021
Código do texto: T7384380
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